Cerca de 64% dos pequenos negócios do RN usam a internet para vender

 No período de distanciamento social, pequenas empresas recorreram ao meio virtual para manter os negócios e garantir as vendas. E os resultados têm sido positivos

Vendas da marca Beatco chegaram a outros mercado graças à internet


Natal – O tradicional boca a boca ficou em segundo plano em tempos de pandemia. O recurso mais utilizado pelos pequenos negócios para manter as vendas e o funcionamento nesses últimos meses tem sido o meio digital. De acordo com a quinta pesquisa do Sebrae sobre o impacto do novo coronavírus (Covid-19) nas pequenas empresas, 64% dos pequenos negócios do Rio Grande do Norte conseguiram manter ou ampliar as vendas devido a uso das plataformas digitais, como redes sociais, aplicativos ou a web.  

A pesquisa revelou que 50% já usavam esse meio como instrumento para vender, mesmo antes das medidas de restrição de circulação de pessoas. Mas 14% das pequenas empresas pesquisadas no Rio Grande do Norte recorreram às formas digitais para aumentar a carteira de clientes e ampliar as vendas em meio à pandemia. O estudo do Sebrae Nacional ouviu 17,2 milhões de empresários donos de pequenos negócios em todo o país, sendo 162 somente no estado, no mês de junho, com índice de confiança de 95%.  

A empresária Marília Navarro está entre os empreendedores que adotaram essa estratégia. Ela mantém em Natal uma empresa de roupas fitness, a Beatcon, e viu no e-commerce a possibilidade de vender mais além da loja física. A pandemia só serviu para acelerar a estratégia de alcançar outros mercados e ganhar em escalabilidade.  “Com o início da quarentena, no final de março, nós já estávamos preparados com a integração dos sistemas da parte física e online. Então, foi mais fácil focar realmente no online, já que nossa loja física estava fechada”, revela a empreendedora. Mesmo com a pandemia, a marca alcançou clientes em cidades do Nordeste e agora está chegando ao Sudeste.

O segredo foi não pensar na venda propriamente, mas gerar conteúdos que pudessem agregar, de diferentes formas, dando dicas, as mais diversas, desde profissionais, na área de gestão, de como ter produtividade no treinos físicos com diversos profissionais, tanto de funcional, quanto de ioga, beleza e bem estar. Tudo gerado com especialistas. O resultado foi mais que positivo. Agregou valor percebido pelos usuários. 

"Diante do surgimento da pandemia e dos limites impostos pela situação, nós entendemos que as crianças queriam continuar treinando. E que o treino mudou. Foi para dentro de casa. Então, o estilo de roupa também mudou. Nossa cliente procurava mais shorts. Então, como a nossa produção é própria, rapidamente nos adequamos e produzimos vários modelos e cores que agradaram bastante”, explica a empresária.  

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Escola particular apostou no digital para não perder clientesEscola particular apostou no digital para não perder clientes
A empresa usou site, WhatsApp e Instagram. “Através dessas estratégias, conseguimos crescer bastante nesses canais. Foi um diferencial pra gente e aos poucos fomos expandindo, investindo em influenciadoras, densidades diferentes e isso fez com que nosso e-commerce realmente obtivesse um crescimento. Hoje temos um volume muito grande das nossas vendas através desses canais”, conta Marília Navarro. 

Se não é possível ampliar a carteira de clientes com a internet, o meio otimiza o funcionamento do negócio. O empresário José Robson Saldanha sabe bem disso. Ele é proprietário de uma escola particular em Natal, a Universidade da Infância (Unifan). Robson Saldanha encontrou nos meios digitais a maneira de preservar o empreendimento escolar. “Contamos com a plataforma EAD, mas imediatamente a gente deu férias aos alunos para poder planejar e entrarmos com as ferramentas digitais, que literalmente salvaram a escola”, alivia-se. Hoje, o estabelecimento conta com 200 alunos em creche, a partir dos quatro meses, educação infantil e ensino fundamental. 

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